terça-feira, 16 de março de 2010

PRÉ-SAL

PRÉ-SAL

LEI DA PORCA

Fala-se que a lei é tudo. É uma imperatriz benfeitora que exerce uma ditadura cruel. ‘dura lex sed lex’, dizem os juristas. Por isso todos os sócios da Sociedade são tratados igualmente pelos rigores da lei. Isto é o que consta na ficção apresentada pubicamente. Na ficção, todos os indivíduos são iguais perante a lei. Nessa ficção legal todos os Estados da Federação Brasileira são iguais perante a lei. Ainda pela ficção legal, quem é dono do solo não é dono do subsolo. Admite-se, no entanto, que o dono do solo possa receber alguma compensação pelo uso do subsolo. Do subsolo e não do submarino. Na ficção legal, - digo assim, citando o que é transmitido à população, - os Estados têm limites territoriais. Limites territoriais? Que significa isto? Que não se referem à limites aquáticos. Que os Estados não são donos do mar. Quem tem poder sobre a Plataforma Marítima é a União Federativa e não os Estados. Quem exerce este poder é a Marinha Brasileira. Até as praias estão sob domínio Federal. Quem reside na orla marítima sabe o que significa “Laudêmio”. Por estas razões, não faz sentido dizer que o “pré-sal” é deste ou daquele Estado da Federação. É do Brasil.
Na realidade brasileira, o que se fala é uma coisa e o que se pratica é outra. O pensamento comum é que o bem da lei é só para mim e ruim da lei para os meus opositores. ‘Lex, dura lex, sed latex’: ‘a lei é dura, mas afrouxa’.
Na prática o que funciona, mesmo, é a ‘lei da porca’. E a lei da porca é uma porcaria! Veja o que ocorre. A porca tem uma cria de 16 leitões e apenas 14 tetas para alimentá-los. Os maiores têm mais força para tomar a teta dos mais fracos e, assim, alimentam-se muito mais, ficando cada vez maiores e mais fortes. Os fracos alimentam-se menos, quando conseguem, e ficam, cada vez mais, fracos e anêmicos se não forem ajudados. Moral da história: parece que os Estados da Federação Brasileira são adeptos da ‘lei da porca’. Os fortes ficam cada vez mais fortes e empurram os mais fracos para a anemia. E viva o PRÉ-SAL!!!

quinta-feira, 11 de março de 2010

ATAVISMO

ATAVISMOS DA HUMANIDADE



O Planeta Terra, como se sabe, passou por varias etapas de resfriamento. Quando os animais pré-históricos viviam na terra, ela era cheia de surpresas e muitos fenômenos naturais desconhecidos que atingiam fortemente a todos os viventes. Os terremotos eram constantes e, provavelmente, muito mais desastrosos que hoje. As chuvas, os ventos, os raios e as tempestades eram extremamente catastróficos. Os predadores eram gigantes no tamanho e no horror que causavam, principalmente no escuro da noite. Havia explosões por toda parte e muitos viventes morriam. Algumas dessas explosões ou quedas de meteoros levantavam nuvens de poeira, como se supõe ter acontecido na época dos dinossauros. Essas nuvens prolongavam a escuridão da noite, por longos períodos de tempo.
Quando os animais humanoides começaram a desenvolver o raciocínio, observaram que muitas tragédias aconteciam durante a noite. Eles não tinham uma boa visão noturna e, por isso, não viam os perigos. Acontecia frequentemente faltar alguém do grupo, desaparecido durante a noite. Quando isso acontecia, não havia como procurar durante a noite. Então alguns comentavam com os outros: o que aconteceu com ele? Quando? Onde? Como? Por que? As três primeiras respostas eram fáceis: desapareceu, ontem à noite, fora da caverna. Mas como? E por que? Essas eram as primeiras especulações da inteligência humana.
Encontravam, às vezes, no dia seguinte, parte do corpo do colega. Outras vezes não. Viam alguém ser atingido por um raio e morrer. Outros escapavam ilesos ou feridos. O que faz acontecer ou não acontecer, devia ser algo ou alguém muitíssimo superior a eles. Por que durante o dia eles podiam se defender e durante a noite o perigo aumentava muito?
Devia existir uma entidade divina muito boa e caridosa que era defensora dos humanos durante o dia e uma outra malvada que só fazia perseguir os humanos durante a noite, quando eles não estavam protegidos. Isto foi uma descoberta científica fantástica pela sua eficiência prática e pela amplitude de suas aplicações até hoje. Eles descobriram os fenômenos (acontecimentos), como aconteciam, e as causas. As coisas boas aconteciam durante no dia e eram dádivas do deus sol que era chamado deus “Bem”. A natureza desse deus “Bem” era o espírito intocável da luz. Luz que dava energia, calor e ajudava a visão dos humanos durante o dia, para se defenderem. Por outro lado, as coisas ruins ocorriam, frequentemente, à noite porque eram obras do deus “Mal” que se escondia nas trevas e, por isso, nunca era visto. A natureza do deus “Mal” era a matéria bruta e pesada. Essa teoria do bem e do mal, tão simples (ou simplória) e tão eficiente, só podia ser verdadeira. É como diz o provérbio italiano: “se non vero, bene trovato” – se não for verdade, pelo menos foi bem encontrado.
A humanidade foi evoluindo em centenas de milhares de anos. Os povos se organizaram politicamente em reinos mais ou menos despóticos. E a teoria do bem e do mal continuou dando a solução para tudo. Até hoje, em qualquer desavença entre pessoas ou povos, cada parte se acha representante do bem e o opositor sempre é considerado do mal. Os reis se autodenominavam do bem e seus inimigos ou opositores eram considerados do mal. Os opositores diziam o contrário: que eles eram do bem e, por isso, deviam combater o rei, até a morte. Cada reino tinha uma religião oficial e um deus protetor. Era, como diziam os sacerdotes, “o nosso deus...”. Eles falavam ao povo, em nome do deus bem e do rei, como esse povo devia pensar e agir. Era o “poder legislativo” do reino. Todos tinham que adorar o deus bem, amar o rei, respeitar os mandamentos da religião, odiar o deus mal e todos os seus seguidores. Os representantes do mal deviam ser todos combatidos e mortos ou subjugados como escravos, ou ainda, como servos, se fossem úteis e fiéis servidores dos seus senhores, que se autodenominavam do bem.
Na criação do mundo os dois deuses bem e mal estavam juntos. O mal forneceu matéria e trevas para fazer todas as coisas. O bem forneceu a parte espiritual dessas mesmas coisas ( o espírito do mundo é a luz?!).
Na criação dos humanos, não foi diferente. A mulher, porque produz e pare o corpo material do neném, é a representante do mal. O homem é o representante do bem porque fornece o espírito (esperma, palavra derivada do Sânscrito com o significado de espírito). É por isto que a mulher, como representante do mal, deve sempre, ser submissa e fiel servidora do seu senhor, o homem. A rebeldia da mulher era causa de pena de morte. sic!
Ainda hoje, as religiões e as populações são, quase todas, usuárias desta teoria do bem e do mal. Logicamente com algumas ou muitas conseqüências danosas. ‘O que se pensa é o que se fala’. ‘O que se pensa e fala é o que se faz’. Basta acompanhar pelos jornais: os assassinatos, os estupros, os espancamentos, latrocínio, corrupção política, deterioração social, etc. Qual seria a causa de tudo isto? O que pensa o autor de um crime ao realizar a ação criminosa? Não seria que o bem é o seu lado e o outro é o mal? E, ainda, que ele, ela ou quem seja, tem que fazer a sua parte e destruir o mal?
Tiremos nossas conclusões. Devemos pensar numa maneira de re-educar a humanidade para esquecer e/ou ‘deletar’ este atavismo nocivo e construir um novo projeto de sociedade.